sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

COMENTÁRIO AO IV DOMINGO DO TEMPO COMUM

PER VERBUM AD DEUM

O nome e a figura do “profeta” conecta a Primeira Leitura, do quinto livro da Bíblia, chamado o Deuteronómio, e o Evangelho de Marcos, cuia leitura continuamos no Cap. 1, 21-28.

O povo, -o homem- sabe, conhece e venera a “Majestade” de Deus. Sente-se intimidado pela sua “Trascendência”. Toma consciência da necessidade de mediadores para poder se relacionar como esse seu “Mistério Tremendo”. Precisa de alguém que lhe faça próxima, amável, a relação, que lhe faça “humana” a sua palavra majestosa, divina. Por isso, o povo pede “profetas”. Esta demanda concorda com o plano, ou melhor, é manifestação do projecto de Deus, que consiste, e por tanto, consente com a “política de encarnação” da sua Palavra.

Marcos mostra a Jesus como aquele profeta que Moisés pressagiava, o Mediador da Palavra de Deus, aquele que nos lha oferece e aproxima “com autoridade”. E o faz “na sinagoga”, o lugar, âmbito e coração, da lei, da palavra de Deus para o povo judeu.

A autoridade da sua palavra mostra-se na eficácia do que diz. Faz calar ao “espírito impuro” e o faz sair da morada humana onde se tinha assentado. A doença, sobre tudo, a de ordem psíquica, era considerada fruto de estar possuído por “espíritos impuros”, forças do mal impossíveis de controlar. O gesto com autoridade de Jesus indica que o espírito do mal não tem nunca no e para o homem a última palavra, que não tem nunca o poder de escravizar o homem. A palavra autorizada de Jesus, aquela que proclamou e proclama o reinado de Deus, se faz aqui energia libertadora. Jesus faz calar inclusive o grito do “espírito” que com a proclamação “tu és o Santo de Deus” quer tentá-lo a empreender o caminho da auto-exaltação, do prestígio e do poder, a tentação primordial do todo homem de “ser como Deus”. Toda a cena evangélica coloca ao convertido ao reinado de Deus numa atmosfera de liberdade absoluta. Nenhum dos “espíritos” do mal é já dono da sua vida

No Salmo somos convidados a passar de ouvintes da palavra a realizadores da mesma, por tanto, a nos comprometermos na missão libertadora do mal inaugurada por Jesus. São Paulo, respondendo a dúvidas da comunidade de Corinto acerca do estado dos solteiros ou de virgindade e o estado dos casados oferece critérios válidos para todos. O que importa é a adesão plena ao Senhor. Na forma de vida dos solteiros e virgens se faz mais visivelmente patente a dedicação plena ao Senhor. Cada um deve discernir a forma de vida mais adequada para ele, e desde ela, fazer tudo para “servir ao Senhor”. Pois a exigência para o seguidor do reino é sempre a mesma: “agradar ao Senhor”.

SALVE
P. Luis Rubio

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