terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

CONSTRUIR-SE A SI MESMO

(continuação)

- A teoria da auto-transcendência na consistência afirma que na vocação cristã, vivida sob a acção da Graça de Deus, a pessoa internaliza -internalizar significa introduzir algo no interior do próprio ser fazendo-o próprio e reconhecer nele a identidade pessoal- os valores, e os valores auto-transcendentes objectivos transformam-se na pessoa como consequência de consistência. Assim, a vida do cristão vai-se cristificando e os ideais subjectivos da pessoa vão estando mais de acordo com os ideais objectivos cristãos. Isto faz com que toda a pessoa esteja unificada. Deste modo, a pessoa cresce na auto-transcendência e na consistência, o que exige uma identificação das componentes inconscientes à das conscientes para identificar o que se opõe à auto-transcendência teocêntrica. O homem responde a Deus porque em si mesmo existe a capacidade de se auto-transcender teocentricamente empenhando-se em viver determinados valores morais e religiosos - valores auto-transcendentes. Mas além desta realidade antropológica de auto-transcendência, o homem também encontra, por diversas razões, limites que se tornam um obstáculo à auto-transcendência teocêntrica. Segundo este modelo, o homem não pode buscar a auto-realização como fim em si mesma, isto levá-lo-ia a centrar-se em si próprio. A causa é a auto-transcendência teocêntrica e o efeito, a consequência, é a realização pessoal. Porque se transcende o homem realiza-se (Cf. RULLA, L. M., Antropologia da vocação cristã, S. Paulo, ed. Paulinas, 1987).

  • Que contributos podem dar as Teorias da personalidade, que temos vindo a descrever, na complexa tarefa do ser humano se descobrir a si próprio para chegar a ser ele mesmo?
Irª. Fátima Semblano

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