O Dr. Granadeiro dava três indicadores da velocidade a que marcha o mundo, referentes ao tempo que as notícias demoram em chegar:
- A notícia da morte de Abraham Lincoln tardou três dias em chegar a Europa.
- A queda da Bolsa de Tóquio, em 1992, tardou treze segundos.
- A derrocada das Torres Gémeas de Nova Iorque pode ser contemplada no acto porque estava a ser retransmitida por televisão.
Referia-se também o conferencista às três caixinhas que mudaram o mundo e que são mais novas que quem isto escreve:
- A caixinha da pílula anticonceptiva.
- A caixa da TV.
- A caixinha do telemóvel.
Também mencionou o Sr. Granadeiro que aquilo que constitui o “poder” evoluiu grandemente. Anteriormente o poder tinha sua origem na riqueza da agricultura, dos minérios, da indústria, que continuam a ser grandes fontes de riqueza; na actualidade, estas fontes de riqueza e poder foram ultrapassadas pelas modernas tecnologias, ficando hoje o poder concentrado principalmente nesta “trindade” não santa:
- O mundo dos computadores e da informática: “Computing power”.
- Os conhecimentos para poder usar as novas tecnologias; o que comummente chama-se “saber fazer” (know how): “Processing power”.
- O poder da comunicação através da rádio, TV, telefonia, Internet (mass midia): “Communication power”.
O nosso mundo, seja que Portugal invista ou não invista no TGV, é um comboio de alta velocidade: velocidade que encanta os mais novos e que quiçá produza vertigem nos não tão novos. Todos viajamos neste comboio quer nos goste quer não.
Que decisões nos toca tomar, como humanos e cristão que somos, para chegarmos com bem ao nosso destino, a tanta velocidade?
Alguns quereriam travar ou diminuir a marcha do comboio. Impossível! Outros, ao no poderem tal conseguir, quereriam descer do comboio e ficar em terra. Também impossível, porque a terra viaja no comboio!
Outros, a maior parte, porque o comboio é confortável e a viagem agradável, deixam-se transportar sem se perguntarem aonde é que o comboio vai.
Em qual destes três grupos tu estás? Eu não me reconheço em nenhum deles. Eu gostaria pertencer a um quarto grupo, constituído por aqueles que pretendem direccionar adequadamente o comboio em que viajam ou apanhar o comboio que acham estar bem direccionado.
O mundo como TGV é metáfora. Não há um só TGV. São muitos, com diversos destinos. Mas todos os comboios do nosso mundo actual são TGV. Não os podemos travar ou relentar, mas sim direccionar ou trocar de comboio. Apanhemos as rédeas da nossa vida e imprimamos-lhe a direcção correcta!
Qual? “Esta é a questão”. Aliás, já é um grande ganho saber que viajamos de TGV, que não podemos travar nem relentar, que também não podemos descer e ficar em terra, mas sim direccionar, porque somos os donos da nossa vida.
P. Vicente Nieto
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