segunda-feira, 16 de março de 2009

SEGURA, SÃO JOSÉ!

Quando pensava sobre o “post” desta semana, a semana em que calha a Solenidade de São José - próxima 5ª-feira, dia 19 de Março – decidi-me a escrever sobre este Santo, padroeiro universal da Igreja e tão vinculado aos seminários, por ter sido ele o ‘formador’ do primeiro Sacerdote, Sumo e Eterno. Estando nestas maquinações, chegou às minhas mãos o número de Março de “além-mar”, onde pude ler, de Fernando Domingues, missionário comboniano, o que transcrevo:

Estávamos a terminar a missa, quando me pediram, e a mais alguns concelebrantes, para pegar num ramo de flores do altar do santo, para dar a todo o povo a “bênção de São José”.

Bastava seguir os ajudantes que já estavam a pegar nos recipientes cheios de água benta e ir pelo meio da assembleia a aspergir todos. Não me fiz rogado, e atirei pelo ar água benta com abundância por cima daquele mar de cabeças humanas. Entretanto todos iam cantando com grande entusiasmo: uma solista ia cantando as estrofes que narravam vários episódios interessantes da vida quotidiana de São José, e a assembleia respondia com voz forte e bem ritmada com o refrão: “Segura, São José! Segura”

Não faltou quem achasse que as poucas gotas que lhe tinham calhado eram insuficientes, e faziam gestos eloquentes para lhes mandar mais água benta. Respondi sempre com generosidade.

Terminada a celebração da missa, fiquei na conversa com alguns dos participantes… Não cheguei a saber de onde tinha origem a tal bênção de São José, mas o sentido do ritual ficou esclarecido: o Santo dava “segurança”, como eles diziam. Depois daquela bênção, a gente sente que “o nosso Santo nos acompanha em cada momento do dia-a-dia, mais ou menos como ele cuidava da sua família lá em Nazaré; é assim que ele cuida de nós aqui”

Mas quem nos protege sempre é Deus! - observei. “Pois é – responderam – mas Deus não se vê; enquanto o nosso São José tem uma cara amiga que todos conhecemos!” Não se podia contradizer um tal argumento.

Eles até tinham razão. Em Nazaré, o carpinteiro José fazia as vezes de pai, ou melhor, fazia as vezes do Pai, o próprio Deus. Através daquele simples trabalhador, o verdadeiro Pai acompanhava com carinho e atenção cada passo do pequeno Jesus e cada momento do dia-a-dia da sua jovem esposa, Maria.

Alguém poderia dizer que, naquele caso, José era o rosto humano da Providência de Deus. No fim de contas, era isso mesmo que queria dizer – penso eu – a gente simples e cheia de fé naquele pequeno santuário de Angola quando cantavam “Segura, São José!”: segura-nos, cuida de nós! E no resto da semana sentiam-se todos em ‘segurança’ (“além-mar”, Março 2009, pág. 53).

Fiquei emocionado com o relato: por tratar-se de São José, pela sua simplicidade evangélica e por acontecer em Angola, onde trabalhei na formação sacerdotal durante oito anos. Para quê procurar mais argumentos? O tema estava: São José. O argumento era-me dado de graça pelo P. Fernando Domingues. Os meus conhecimentos teológicos e as minhas experiências espirituais esvaeceram ao lado deste maravilhoso episódio, que faço também vosso.

Que São José, com a sua laboriosidade, a sua presença continuada, o seu silêncio, a sua humildade e honestidade, segure todos nós, segure os nossos seminários, as nossas famílias, toda a Igreja e segure Angola, um país tão rico e tão cheio de pobres, mas com grande fé, que aumentará com a próxima visita do Papa, nos dias 20 a 23 de Março.

P. Vicente Nieto

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