quarta-feira, 29 de abril de 2009

S. CLEMENTE DE ROMA e a EPISTULA AD CORINTHIOS (c. 96 d.C): apelo à obediência e unidade eclesial (cont.)

Quanto à transmissão deste riquíssimo texto, há a dizer que as comunidades cristãs primitivas encontravam na permuta epistolar um dos meios privilegiados de expressar e cultivar a comunhão intereclesial, sendo costume corrente que cada comunidade conservasse e coleccionasse as cartas que recebia ou enviava a determinada Igreja.

Em meados do sec.II, as comunidades de Esmirna e Corinto possuíam já nos seus arquivos as cartas de Stº Inácio e S. Policarpo. Quanto à Carta de Clemente já sabemos da estima que mereceu da parte das diversas comunidades.

Este documento esteve, como dissemos mais atrás, integrado durante algum tempo no cânone do NT nas Igrejas do Egipto e da Síria.

Encontra-se em Londres o Codex Alexandrinus (A) que, para além de conter o Antigo e o NT, possui imediatamente a seguir ao Apocalipse duas Cartas atribuídas a Clemente. A Primeira ocupa os fólios 159a-168a. O primeiro fólio (159a) encontra-se ligeiramente mutilado, contendo pois uma lacuna dos capítulos LVII,7 a LXIII,4n da 1 Clem.

Em Estrasburgo existe um códice em papiro com fragmentos da versão copta, juntamente com as Cartas de S. Tiago e S.João. Em Cambridge conserva-se um NT siríaco datado de 1170 e que coloca a 1 Clem entre as epístolas católicas e paulinas.

Os outros três manuscritos não bíblicos que chegaram até nós são o Codex Hierosolymitanus (H) de Bryennios, onde se encontra juntamente com a Did; uma versão latina muito antiga (L) num manuscrito do sec. XI, juntamente com outros escritos atribuídos a Clemente de Roma; por último, uma versão copta, com uma lacuna dos capítulos XXXIV,6 a XLII,1, num códice de Berlim do sec. IV-V.

Drª. Teresa Pereira

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