segunda-feira, 15 de junho de 2009

O ANO SACERDOTAL

Na próxima sexta-feira, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, será aberto o Ano Sacerdotal, em Roma, pelo Papa Bento XVI. Eu não tenho para esta semana outro tema mais actual do que este. Outros escreveriam sobre as transferências de futebolistas para o Real Madrid.

Foi declarado o Ano Sacerdotal pelo Papa Bento no Discurso XVI durante a audiência concedida à Congregação para o Clero, a segunda-feira, 16 de Março de 2009, e perfilado na Carta do Cardeal D. Claúdio Hummes, Prefeito da Congregação para o Clero, de 3 de Abril de 2009.

O Ano Sacerdotal vai de 19 de Junho de 2009 a 19 de Junho de 2010. No dia da sua abertura, celebra-se a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, data já instituída como “Dia de oração pela santificação dos sacerdotes”. A ocasião para esta escolha é a celebração, no próximo dia 4 de Agosto, dos 150 anos da morte de santo sacerdote São João Maria Vianney, padroeiro mundial dos párocos, mais conhecido como Santo Cura de Ars.

O lema do Ano Sacerdotal é: Fidelidade de Cristo, fidelidade do Sacerdote. O Cardeal Hummes define belamente a fidelidade como “o nome do amor, no tempo”.

O pressuposto doutrinal irrenunciável do Ano Sacerdotal é, segundo o Papa: A centralidade de Jesus Cristo encarnado, crucificado e ressuscitado na missão da Igreja, que valoriza o sacerdócio ministerial, sem o qual não haveria a Eucaristia, nem muito menos a missão e a própria Igreja.
Podemos tirar, dos dois documentos referidos, os objectivos marcados para o Ano Sacerdotal:
1. Favorecer a tensão dos sacerdotes para a perfeição espiritual da qual sobretudo depende a eficácia do seu ministério.

2. Recuperar com urgência a consciência que impele os sacerdotes a estar presentes e ser identificáveis e reconhecíveis quer pelo juízo de fé, quer pelas virtudes pessoais, quer também pelo hábito, nos âmbitos da cultura e da caridade.

3. Fazer compreender cada vez mais a importância do papel e da missão do sacerdote na Igreja e na sociedade contemporânea.

4. Redescobrir a beleza e a importância do Sacerdócio, encarnado por cada um dos ordenados.
5. Renovar-se interiormente os sacerdotes na redescoberta feliz da própria identidade, da fraternidade do próprio presbitério e da relação sacramental com o próprio Bispo.
Os destinatários e actores do Ano Sacerdotal são:
• Em primeiro lugar os Bispos, que devem “dedicar as melhores energias eclesiais à formação dos candidatos ao ministério” e “ter uma solicitude constante pelos seus primeiros colaboradores (os padres), quer cultivando relacionamentos humanos verdadeiramente paternais, quer preocupando-se com a sua formação permanente”.
• Em segundo lugar, os próprios sacerdotes. Todos os objectivos do Ano Sacerdotal lhes dizem respeito.
• Todo o povo santo de Deus: Seminários, paróquias, os consagrados e as consagradas, as famílias cristãs, as Associações e os Movimentos, as Escolas católicas, os doentes e principalmente os jovens.
• Os meios de comunicação social. A Congregação para o Clero tem um Site Internet próprio, onde se pode tirar informação sobre o Ano Sacerdotal: www.clerus.org

Para terminar faço minhas as palavras do Cardeal Hummes numa entrevista a Zenit, no passado 4 de Junho:

“O motivo fundamental é que o Papa quer dar aos sacerdotes uma importância especial e dizer quanto os ama, quanto os quer ajudar a viver com alegria e com fervor sua vocação e missão […]
É um ano positivo e propositivo. Não se trata, em primeiro lugar, de corrigir os sacerdotes. Há problemas que sempre devem ser corrigidos e a Igreja não pode fechar os olhos, mas sabemos que a grande maioria dos sacerdotes tem uma grande dignidade e adere ao seu ministério e à sua vocação. Dão sua vida por esta vocação que aceitaram livremente.
Lamentavelmente, existem os problemas dos quais nos inteiramos nos últimos anos relativos à pedofilia e outros delitos sexuais graves, mas, como máximo, talvez podem chegar a 4% do clero. A Igreja quer dizer aos 96% restantes que estamos orgulhosos deles, que são homens de Deus e que queremos ajudá-los e reconhecer tudo o que fazem como testemunho de vida.
É também um momento oportuno para intensificar e aprofundar a questão de como ser sacerdotes neste mundo que muda e que Deus colocou diante de nós para ser salvo”.

P. Vicente Nieto

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