terça-feira, 13 de janeiro de 2009

SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS

Pediram-me para escrever semanalmente neste blogue, ressaltando ou comentando assuntos de actualidade. Saibam já desde o princípio que gostaria poder dizer com Miguel de Hunamuno: “Eu não vendo pão; mas levedura e fermento”.

Como começar? Com que assunto da máxima actualidade para captar a atenção dos leitores? Se calhar, comentando a crise financeira mundial? Ou a vaga de frio que assola o país e especialmente os sem-abrigo? Esses, são assuntos muito importantes em sim mesmos e para muita gente. Mas eu quero escrever desde mim mesmo, desde o que é importante para mim e que penso poderia ser importante para alguns que participam da minha mundividência.

Como homem e como cristão me importo muito com os valores da unidade, da comunhão, da paz e da reconciliação. Em todos os âmbitos. Mas sobretudo no âmbito eclesial. Uma das grandes tragédias dos cristãos é a desunião das igrejas cristãs. Jesus, no seu testamento espiritual, disse: “Que todos sejam um, para que o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17, 21). O “escândalo da desunião” dificulta gravemente a evangelização e impede acreditar a muitos.

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos começa no próximo domingo, dia 18, e vai até ao domingo, 25 de Janeiro, Festa da Conversão de São Paulo. Há cem anos que propôs esta data Paul Wattson. Converter o tema da unidade dos cristãos em assunto principal de oração pessoal e comunitária, durante este Semana e sempre, é algo da máxima importância espiritual para cada um dos cristãos. É por isso que previno na semana precedente.

O lema da Semana de Oração deste ano é: “Serão um só, na tua mão” (Ez 37, 17), frase tirada duma visão do profeta Ezequiel, onde dois pedaços de madeira simbolizam os dois reinos em que Israel foi dividido. Os nomes das tribos de cada um dos reinos (duas das doze tribos no Norte e dez no Sul) são inscritos sobre estes pedaços de madeira, que depois são unidos para formar um só (Ez 37, 15-23).

Para Ezequiel, a divisão do seu povo era o reflexo e a consequência do pecado e do afastamento de Deus. Formar de novo um único povo só era possível na condição de renunciar ao pecado, de converter-se e de voltar para Deus. Mas, em última instância, é Deus quem une o seu povo purificando-o, renovando-o e libertando-o das suas divisões. Esta unidade não é uma simples reunificação de grupos antes separados; trata-se, antes, de uma nova criação, do nascimento de um povo novo, que deverá ser um sinal de esperança para outros povos e para toda a humanidade.
Vocês, que acham?

P. Vicente Nieto

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