segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

BELEZA EFÉMERA, BELEZA ETERNA

Através dos meios de informação soubemos, nos dias passados, que a modelo brasileira Mariana Bridi, de 20 anos, duas vezes finalista do concurso Miss Mundo Brasil, tinha morrido na madrugada de dia 24 na cidade de Serra, no Estado brasileiro de Espírito Santo. Mariana, que estava internada desde o dia 3 de Janeiro, morreu três dias depois de ter tido os pés e as mãos amputadas devido a necrose por insuficiência sanguínea e de oxigénio.

Quase automaticamente recordei o que proclamávamos na segunda leitura do domingo, dia 25 de Janeiro: Tenho a dizer-vos, irmãos, que o tempo é breve… De facto, o cenário deste mundo é passageiro (1 Cor 7, 29.31).

Os meus primeiros pensamentos e sentimentos, ao ler as manchetes dos jornais e contemplar a fotografia da Miss, podem formular-se assim: “Pobrinha, que bonita tu és! Mas que efémera foi a tua beleza”.

Lendo depois, mais calmamente, o Diário de Notícias, do Domingo, 25/01/2009, p. 31, vi que a informação sobre o caso continuava assim:
“Jesus me ama”, foram as últimas palavras da modelo, indicou a família. “Perdemos uma jóia rara”, disse o pai, Agnaldo Bridi. “Ela vai descansar. Deus foi preparando o nosso coração até este dia”

Após esta leitura, as coisas eram muito diferentes. Então veio-me à mente este outro texto bíblico:
O justo, ainda que morra prematuramente gozará de repouso… Foi arrebatado a fim de que a malícia não lhe corrompesse a inteligência. Pois o fascínio do mal obscurece o bem, e a vertigem da paixão perverte uma mente sem maldade. Chegado rapidamente à perfeição atingiu a plenitude de uma longa vida. A sua vida era agradável ao Senhor, por isso Ele se apressou em tirá-lo do meio do mal. Muitas pessoas viram mas não compreenderam (Sb 4, 7-14).

Eis uma leitura crente sobre a morte da jovem. Não é a única leitura possível dum acontecimento assim. Cabem outras leituras, também crentes. Se não coubessem, o Senhor deveria levar consigo todos os jovens do mundo, coisa que não acontece.

Depois de constatar a atitude de fé do pai e da família, e as palavras da Mariana antes de morrer: “Jesus me ama”, experimentei uma grande emoção, admiração e muita alegria, porque o que achei beleza efémera, agora tornava-se beleza eterna.

Quanta coisa boa há no nosso mundo, inclusive por detrás de tanto ouropel e superficialidade! Quem tenha olhos para ver, veja!

P. Vicente Nieto
P.S. Ao colocar o assunto da “Campanha publicitária ateia”, no blogue de 19/01 passado, a coisa ficava em aberto, com diversas propostas. No “Correio da manhã”, sexta-feira, 30/01/2009, li mais outra proposta, esta de D. Carlos Azevedo, Bispo auxiliar de Lisboa, que faço minha, e assim respondo aos que me perguntaram: E tu, que pensas?
“O que mais me dói na campanha ateísta dos autocarros, que se tornou moda europeia, é revelar a ausência da relação entre Deus e a felicidade… Crentes felizes em circulação são a única resposta verdadeira à publicidade automobilizada”

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