Quase automaticamente recordei o que proclamávamos na segunda leitura do domingo, dia 25 de Janeiro: Tenho a dizer-vos, irmãos, que o tempo é breve… De facto, o cenário deste mundo é passageiro (1 Cor 7, 29.31).
Os meus primeiros pensamentos e sentimentos, ao ler as manchetes dos jornais e contemplar a fotografia da Miss, podem formular-se assim: “Pobrinha, que bonita tu és! Mas que efémera foi a tua beleza”.
Lendo depois, mais calmamente, o Diário de Notícias, do Domingo, 25/01/2009, p. 31, vi que a informação sobre o caso continuava assim:
“Jesus me ama”, foram as últimas palavras da modelo, indicou a família. “Perdemos uma jóia rara”, disse o pai, Agnaldo Bridi. “Ela vai descansar. Deus foi preparando o nosso coração até este dia”
Após esta leitura, as coisas eram muito diferentes. Então veio-me à mente este outro texto bíblico:
O justo, ainda que morra prematuramente gozará de repouso… Foi arrebatado a fim de que a malícia não lhe corrompesse a inteligência. Pois o fascínio do mal obscurece o bem, e a vertigem da paixão perverte uma mente sem maldade. Chegado rapidamente à perfeição atingiu a plenitude de uma longa vida. A sua vida era agradável ao Senhor, por isso Ele se apressou em tirá-lo do meio do mal. Muitas pessoas viram mas não compreenderam (Sb 4, 7-14).
Eis uma leitura crente sobre a morte da jovem. Não é a única leitura possível dum acontecimento assim. Cabem outras leituras, também crentes. Se não coubessem, o Senhor deveria levar consigo todos os jovens do mundo, coisa que não acontece.
Depois de constatar a atitude de fé do pai e da família, e as palavras da Mariana antes de morrer: “Jesus me ama”, experimentei uma grande emoção, admiração e muita alegria, porque o que achei beleza efémera, agora tornava-se beleza eterna.
Quanta coisa boa há no nosso mundo, inclusive por detrás de tanto ouropel e superficialidade! Quem tenha olhos para ver, veja!
P. Vicente Nieto
P.S. Ao colocar o assunto da “Campanha publicitária ateia”, no blogue de 19/01 passado, a coisa ficava em aberto, com diversas propostas. No “Correio da manhã”, sexta-feira, 30/01/2009, li mais outra proposta, esta de D. Carlos Azevedo, Bispo auxiliar de Lisboa, que faço minha, e assim respondo aos que me perguntaram: E tu, que pensas?
“O que mais me dói na campanha ateísta dos autocarros, que se tornou moda europeia, é revelar a ausência da relação entre Deus e a felicidade… Crentes felizes em circulação são a única resposta verdadeira à publicidade automobilizada”
“O que mais me dói na campanha ateísta dos autocarros, que se tornou moda europeia, é revelar a ausência da relação entre Deus e a felicidade… Crentes felizes em circulação são a única resposta verdadeira à publicidade automobilizada”
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