segunda-feira, 27 de abril de 2009

O SANTO CONDESTÁVEL

Hoje sinto-me impelido a escrever sobre o Condestável Santo porque é o dia da sua canonização, domingo 26 de Abril de 2009, para partilhar convosco sobre este acontecimento.

Não tenho nada a dizer sobre o Condestável Nuno Álvares Pereira – desde hoje São Nuno de Santa Maria – que não tenha sido dito o escrito. Basta acorrer à Agência Ecclesia ou ler em www.vatican.va a sua biografia oficial para a cerimónia da Canonização.

Desde a minha condição de ibérico, na versão espanhola, mas com alma portuguesa, quero partilhar a minha admiração pelo novo Santo e pelo povo que o gerou, e consequentemente a minha alegria.

Admiro-me de tanta grandeza de alma e de tanta demora na canonização. Não estou em condições de analisar este pormenor. Mas, “nunca é tarde se a dita for boa”. A santidade vence o tempo. A santidade sempre é actual, porque o amor de caridade não passa. São Paulo recorda-nos que os dons extraordinários do Espírito passam, que a fé passará, que a esperança terminará. Só a caridade permanece, vence o tempo, é sempre “moderna”.

Os bispos de Portugal, na sua Nota Pastoral por ocasião da canonização de Nuno Álvares Pereira, de 6 de Março de 2009, falam-nos da actualidade do Santo Condestável. E a razão está do seu lado. O amor aos inimigos, a mansidão com os vencidos, a ternura e caridade para com os pobres, o amor à Virgem Maria, a humildade no meio de tantas grandezas e glórias humanas, a pureza de costumes naquele ambiente de luxo e devassidão, o desprendimento das riquezas e a partilha dos bens com os colegas de façanhas, a honestidade na gestão da coisa pública, a fidelidade ao Rei, à palavra dada e à sua consciência: tudo isso, será ou não actual?

Parabéns, irmãos portugueses. Eu quereria para mim e para todos os que bem quero “a carne e o sangue” de onde surgiu São Nuno de Santa Maria. Todos nos nutrimos dessa carne e desse sangue, que são os de Cristo. Mas Cristo encarnou num povo concreto, em pessoas concretas, numa terra, numas circunstâncias; de cujas encarnações, vós, irmãos portugueses, sois os primeiros partilhadores; depois, o resto dos ibéricos.

Para vós, por extensão, a minha admiração e o meu carinho, e o meu ânimo em estes “tempos rézios”: Parafraseando a Carta aos Hebreus, vos diria: Circundados como estamos de tal nuvem de testemunhas, corramos com perseverança a prova que nos é proposta, tendo os olhos postos em Jesus, autor e consumador da fé, e em aquele que hoje a Igreja canoniza, para que não desfaleçais, perdendo o ânimo.

P. Vicente Nieto

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