Desenvolvimento emocional - O desenvolvimento da pessoa dá-se em vários aspectos. Nesta semana apresentaremos alguns respigos acerca dos aspectos emocionais. Há que ter em conta que a componente fundamental de organização da experiência humana, nos primeiros anos de vida, tem a ver com as nossas emoções e os nossos afectos. O campo afectivo é onde nascem as primeiras experiências de amor, carinho, ternura e também onde nascem as primeiras experiências de limite, ansiedade e vulnerabilidade. Também aqui o modo de estudar o tema depende da posição das diferentes correntes. Numa perspectiva mecanicista, por exemplo, o amadurecimento é um acumular de respostas, cada vez mais complexas, aos estímulos do exterior; para o modelo organicista, o desenvolvimento não é somente reagir ao exterior mas é também reacção sobre o ambiente. Na óptica de Freud a atenção recai sobre os impulsos instintivos. O instinto sexual é o fundamental. É uma perspectiva biológica evolutiva.
No contexto deste blog pode-nos servir de referência o modelo de O. Kernberg[1]. Este autor, além de representar outros pareceres, oferece um esquema de desenvolvimento dinâmico e evolutivo da pessoa, que se dá por estádios, regulados por princípios de diferenciação e integração. A maturidade é o resultado de processos organizativos.
À medida que a pessoa se desenvolve, as respostas afectivas são cada vez mais complexas e diversificadas, cada estádio possuirá emoções qualitativamente novas em relação às anteriores, no entanto pode haver regressões. Há também que referir que cada estádio terá que reflectir imagens do “eu” e relações com o objecto qualitativamente diferentes. O facto do número de emoções aumentar tem a ver não só com o critério de diferenciação/integração mas também com a aparição de afectos novos que reflectem relações maduras com o objecto.
Irª. Fátima Semblano, SSI
[1] Cf., O. Kernberg, Teoria della relazione oggettuale e clinica psicoanalitica, Torino, Boringhieri, 1980.
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