sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Comentário às leituras do Domingo I do Advento (ano C)

Advento. Espera. Vigilância. Está para chegar o reino de justiça. Ele será grande e terrível, mas será também triunfo para todos quantos fielmente esperaram. É chegada a hora da conversão e do compromisso: esperar em Deus e servir o irmão.

A primeira leitura, retirada da profecia de Jeremias, é uma mensagem de esperança ao povo israelita, regressado do exílio. O Senhor não engana, não mente! Se Ele prometeu, Ele cumpre! Mesmo que tudo pareça significar o contrário, a palavra de Deus fará justiça ao homem, ao povo, pois é ela quem conduz a história. De David sairá um rebento (a Palavra feita carne) de justiça que libertará do desânimo e da catástrofe.

A Epístola de Paulo aos Tessalonicenses traduz a mesma ideia de esperança, mas de uma esperança actuada, vigilante, feita de caridade. Para Paulo, esperar, que é como quem diz, preparar o Natal – dia de Cristo –, significa agir, fazer, «crescer e abundar na caridade uns para com os outros». O caminho de Deus e para Deus, aquele sobre o qual Ele pretende que caminhemos, é o caminho da santidade: com o coração voltado para a parusia do Senhor Jesus e empenhar-se na caridade fraterna, sem reservas ou exclusão.

O Evangelho de Lucas, em tempo forte como é o Advento, só pode reflectir a mesma ideia da esperança na salvação, operada pela vinda do Senhor Jesus. Mas ela deverá viver-se (a esperança) em atitude de vigilância assídua, que é como quem diz, de generosa disponibilidade do coração e de contínua atenção aos sinais dos tempos. Os sinais são manifestação das calamidades que afligem o mundo e os homens. E para elas há necessidade de encontrar solução, resposta. Jesus, a Palavra feita carne, é a promessa de Deus. Ele é resposta de libertação do mal e de qualquer situação de escravidão na qual o homem de hoje vive; Ele é a segurança que nunca falta. Coragem, que se aproxima a libertação!

O Salmo manifesta a confiança do crente que, em Deus, coloca toda a sua vida e o seu ser. A sua oração reconhece a verdade que é Deus e os seus caminhos. Ele é a sua segurança e esperança. Olhando e escutando o seu Senhor, ele, o crente, em verdade e entrega, viverá a Aliança, consubstanciada na esperança da chegada.
P. Francisco Couto

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