quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Pio XII e a II Guerra Mundial

III

PIO XII E OS HEBREUS NOS CAMPOS DE EXTERMÌNIO

BISPOS DA FRANÇA


Na França foram muitas as atitudes das Igrejas locais na defesa dos Hebreus. Restringimo-nos a dois exemplos.

O Arcebispo e futuro Cardeal de Tolosa, Jules Gérard Saliège, escreveu em 1942 uma Carta Pastoral que foi lida dia 23 de Agosto, em todas as Igrejas da Diocese de Tolosa, na qual dizia: «Temos de assistir ao terrível espéctaculo de crianças, mulheres e anciãos serem tratados como animais; de famílias serem desfeitas e deportadas com destino ignorado... Na nossa diocese, estão a acontecer coisas terríveis nos Campos de Noe e de Recebedou. Os Hebreus são nossos irmãos e fazem parte da Humanidade. Que nenhum cristão ouse esquecê-lo»[1].

Uma semana depois, os sacerdotes da diocese de Montauban leram aos seus fiéis a Carta Pastoral do seu Bispo Pierre Marie Théas, que declarava: «em nome da consciência ultrajada de Cristãos, levanto a minha voz para protestar contra o tratamento reservado aos Hebreus e afirmo que todos os homens, arianos e não arianos, são irmãos, porque foram criados pelo mesmo Deus; que todos os homens, de qualquer raça ou religião, têm o direito de serem respeitados pelos indivíduos e pelos Estados. As actuais repressões antisemitas fazem mofa da dignidade humana e violam os direitos mais sagrados da pessoa e da familia humana»[2].

P. Senra Coelho

[1]Cf. J. M, Oesterreicher, Racisme-Antisémitisme¬-anti-christianisme, Maison Francaise, New York, 1943, pag. 239-240; cf. New York Times, 09.09.1992.
[2]Cf. American Jewish Yearbook, 1945 – 1946, Jewish Publication Society, Philadelphia, pag. 117.

Sem comentários:

Enviar um comentário