terça-feira, 1 de junho de 2010

Pastor Hermae: a herança do judeo-cristianismo

Breve resumo doutrinal. Estrutura e conteúdo.

Terceira e quarta Parábolas: o inverno e o verão. O conteúdo destas Parábolas ilustra a impossibilidade de, neste mundo, se distinguir os bons dos maus, tal como as árvores vivas não se distinguem das mortas durante o inverno. Há que esperar o verão para que as árvores vivas e boas se reconheçam pela sua folhagem e frutos: “Mostrou-me, de novo, muitas árvores: umas pujantes, mas outras secas, e diz-me- Vês estas árvores?- Vejo, Senhor, que umas são pujantes, outras secas. As árvores pujantes são os justos, que hão-de habitar o século futuro. O século futuro, portanto, é o verão para os justos e o inverno [árvores secas] para os pecadores. Quando, pois, a misericórdia do Senhor resplandecer, então se hão-de reconhecer os que servem a Deus e serão todos reconhecidos. Pois, assim como no verão se manifestam os frutos de cada árvore e se reconhecem que árvores são, assim também os frutos dos justos serão manifestos e todos serão reconhecidos naquele século, porque são vigorosos. Todavia, os gentios e os pecadores, que são as árvores secas que viste, esses encontrar-se-ão secos e sem fruto naquele século, serão consumidos como madeira pelo fogo e serão manifestos, porque a sua conduta, no decurso da sua vida, foi perversa. Se os pecadores hão-de ser abrasados, porque pecaram e não se converteram, os gentios serão abrasados, porque não reconheceram Aquele que os criou. Tu, portanto, dá fruto para que o teu fruto seja reconhecido naquele verão. Desembaraça-te dos muitos negócios e não peques mais. Na verdade, os que têm muitas ocupações cometem também muitos pecados; estão absorvidos pelos seus negócios e em nada servem ao Senhor” (53,2-5).

- Quinta Parábola: a vinha e o servo fiel. Trata-se de uma exposição deveras interessante sobre o jejum, os demais preceitos e sobre o dever de guardar a pureza do corpo. A prática do jejum exige, acima de tudo, uma reforma moral, estrita observância da Lei de Deus e prática da caridade. Nos dias de jejum, Herm permite somente o uso de pão e de água. A descrição da parábola é um pouco longa. Por este motivo, fiquemo-nos somente com este pequeno extracto: “Se, portanto, observares assiduamente os mandamentos de Deus e as obras desta natureza, alegrar-te-ás, desde que os guardes segundo o meu preceito. – Senhor, disse-lhe, observarei tudo o que me ordenares, pois eu sei que estás comigo.- Estarei contigo, disse ele, porque te preocupas com fazer o bem. E eu estarei com todos aqueles que são possuídos desta boa vontade. Este jejum, continuou ele, guardados que sejam os mandamentos do Senhor, é muito belo! Assim, portanto, observarás este jejum que deves fazer: Antes de mais, guarda-te de toda a palavra iníqua e purifica o teu coração de todas as vaidades deste mundo. Se observares estas coisas, este jejum será perfeito. Farás, portanto, deste modo: Depois de cumprir o que ficou escrito, naquele dia em que jejuares, não provarás outra coisa senão pão e água, e dos alimentos que devias comer, calculada a soma das despesas que naquele dia haverias de fazer, dá-la-ás à viúva, ou órfão ou necessitado e assim privar-te-ás, para que aquele que recebeu da tua privação satisfaça a sua alma e por ti ore diante do Senhor” (56,3-7).
Drª. Teresa Pereira

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